O mesmo seria que perguntar quais as diferenças entre o amor físico e o amor virtual?
Nesta simbiose de carácter personalístico e ainda bem quando temos a oportunidade ou alternativa de escolha, é sempre mais uma valia.
Independentemente do género literário e do estilo do autor, qualquer livro é uma expressão que representa a mais alta patente na classificação das Artes.
Aceitemos ou não, quanto a mim a Literatura sempre estará na vanguarda de todas as Artes – o pensamento é uma expressão literária que sendo processado cria uma narrativa que engloba e dá origem às demais Artes e expressões, quer no âmbito das temáticas, quer no âmbito ficcionista.
Conquanto à pergunta, deveremos considerar aspetos de relação e comparação que se apoiam no gosto de cada qual e que está associado essencialmente à disponibilidade de tempo e de espaço físico e nunca em função entre as diferenças de preços.
Estou plenamente de acordo com ambas as versões.
No entanto, quanto a mim o tateamento físico é o mais sublime prazer de tocar, ver e sentir em relação ao livro eletrónico que considero útil mas sem este sentimento – aqui revela-se o virtual, embora a narrativa tenha por objetivo alcançar o mesmo propósito, possivelmente mais útil para os leitores que usam nos veículos ou transportes públicos, apesar do alto custo comparativo do sistema (aparelho e fonte digital) indispensável, embora possa criar um arquivo ilimitado de livros. Com isto, poderemos acrescentar o risco de se perder o aparelho físico indispensável ou até mesmo a informação arquivada e quem sabe, o risco de perdê-lo ou vir a ser vítima de roubo.
No meu ponto de vista, gosto mais das coisas físicas, no entanto, considero que os livros virtuais ou eletrónicos (texto e áudio visuais) têm o seu segmento de mercado em especial aqueles leitores que por razões visuais, auditivas ou locomotoras, ou simplesmente por preferência do leitor.
Qualquer que seja a opção do leitor, uma coisa é certa, a narrativa é a mesma, exceto na possível usurpação, falsificação ou plágio parcial ou total.
Também devo salientar que o livro físico é uma peça decorativa na casa ou no escritório e sempre nos sobressai e nos relembra e reencaminha a relê-lo por seu interessante conteúdo ou pequenas frases ou parágrafos de interesse. Recordemos que o investimento feito tem sempre uma parcela de retorno e poderá ser um instrumento para outros leitores com interesse nesse título ou narrativa.
O alegar que o livro físico pesa e ocupa espaço físico, não justifica o argumento – um livro é uma fonte de saber e nunca é supérfluo – supérfluo é sim outros excedentes que possui no lar, talvez roupas e sapatos que já não utiliza ou que já não se ajustam ao seu corpo.
Como podemos deduzir, o livro em qualquer instante e lugar sempre se ajusta e reaviva a memória e contribui com um melhor lifestyle.
Guardar um livro, não obriga ninguém possuir uma biblioteca ou estante, basta ter vontade em querer guardá-lo e para aqueles que se autoproclamam de “otakus literários”, sinal evidente que são viciados… podem reservar e alugar uma caixa forte no seu banco, e no lugar de outros valores, vão depositando nessa caixa seus livros e em especial aqueles que marcaram e fazem parte de sua vida.
Mas também, sei que os livros não gostam de estarem escondidos, eles fingem não ter emoções, mas elas estão lá, basta para isso, sentir o som ao desfolhar.
Eu tenho umas simples estantes com livros de todos os géneros e, por regra, não gosto de emprestá-los porque fazem parte da minha intimidade e cumplicidade, e para os proteger simplesmente passo o espanador de nylon (nunca uso o aspirador) e ponho a queimar de vez em quando uma pedrinha de cânfora num recipiente apropriado (queimador de óleos aromáticos), para afastar insetos e purificar o ambiente.
Quem ama a literatura não pode justificar a ausência do livro físico por falta de espaço ou por seu peso.
Porque se alguém lhe diz que antes lia 1 até 4 livros físicos por mês e que agora consegue ler mais de 8 livros e-books – eletrónicos, porque alega aproveitamento de todo o tempo disponível – lhe garanto que esse alguém está mentido, está utilizando você com fins comerciais. Imagine-se que se isso fosse real, o cujo, seria uma enciclopédia da pura ignorância e para qualquer pergunta, a resposta seria: “- Já li tantos! Já nem me lembro, tenho uma vaga ideia…”.
É simplesmente uma vaga marítima… daquelas em que o cujo, está surfando e está escutando música e lendo em simultâneo a história daquele famoso livro “Quem não sabe vender, fecha a loja!…”.
Já se imaginou com o pagamento de uma mensalidade ter à disposição mais de 1 milhão de livros e-books à sua disposição?
Dessa quantidade e supondo que cada livro contém apenas 100 páginas e que apenas seleciona 1% desse milhão equivalente a 10 mil livros.
– Pergunto em especial, aos devoradores de literatura, quanto tempo necessitarão para os digerir?
Esta abrangência inclui todos os extratos e condições, e até mesmo aqueles que estão estacionados no cumprimento de penas nas cadeias e alargamos aos que sofrem de insónias.
Para concluir as versões digitais de livros, é como a música e os vídeos, têm os seus limites, dentro ou fora de casa. Carregue consigo a sua biblioteca, de livros, musica e jogos, pesa somente entre 150 a 250 gramas. Para comparar, o meu livro “Glass Alcatraz” tem as seguintes características:
Dimensões:22×13,5×1,6 centímetros
Páginas: 267
Peso: 316,28 gramas
O tempo é o líder gestor de um bom leitor.
Tenha cuidado! Não pare de produzir… tenha cuidado na via pública… seja físico ou eletrónico.
Lembre-se que as duas versões são de suma importância. Cabe a Si escolher a versão que mais se adapta ao seu estilo de vida e nunca se esqueça de anunciar nas Redes Sociais de Comunicação o que está a ler, a escutar e ou a jogar.
Numa síntese e quando viajava de Johannesburg para Cape Town em regra saía por volta das 19:00 para chegar no dia seguinte por volta das 06:00 da manhã… para espantar o sono, escutava o que havia escrito e estava gravado. Nesta viagem, ao escutar “Glass Alcatraz”… estava tão emocionado que antes de chegar a Three Sisters, parei para abastecer de combustível e tomei café. Voltei à N1 com destino à capital da província do Cabo. O sono pesava-me, mas sentia-me feliz ao escutar aquela história que havia escrito. Resumindo, com o cansaço da viagem embora com uma excelente autoestrada, o sono e a emoção, quase que me despistava e desde então…
Abraço aos meus amados leitores de ambas as versões.
©2017 Manuel António Rocha